Há muito a dizer sobre Barcelona mas comecemos pelo fim.
Pelo último dia. Pelas horas antes do regresso. Pela Sagrada Família. Por
Gaudí.
Comecemos pelo momento em que entrando na Basílica fui
invadida por um sentimento de maravilha como há muito não sentia, por uma
experiência quase religiosa de constatação do génio humano, ou do divino… ou
das duas coisas interligadas, indissociáveis. Comecemos pelo assombro, pelo
silêncio que me tomou, pela perplexidade. Só alguém imensamente tocado pela fé
– em deus, no Homem, na Natureza… no que fosse – poderia ter erguido, feito
erguer, tamanha obra.
Gaudí quis construir um lugar de oração. Eu acho que fez um
pouco mais do que isso. Construiu um lugar que naturalmente nos faz erguer o
olhar e porque erguemos o olhar tornamo-nos grandes, elevados para lá da nossa
condição humana. Se isso é percepcionar deus, não sei. Mas se for, então,
efectivamente, não estamos sozinhos.
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